quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

História de ladrões

Percebi naquele momento, porque não havia ninguém em casa quando entrei. As duas pessoas, que lá moravam encontravam-se presas, mesmo por debaixo da sua casa.
Aprecei-me a desprende-los pois, deveria ser o que mais desejavam naquele momento e seria também a única forma de me explicarem o que tinha acontecido. Mas, como não sou parva nenhuma, primeiro fiz com que me prometessem que iriam contar a verdade, sem que nem faltasse uma única vírgula.
Começaram por dizer que não tinham sido eles a comprar a casa, moravam lá porque tinham recebido ordens para tal. Ao início era só para investigar a vizinhança, e assim, transmitirem as informações que iriam arrecadando. Só que depois, as coisas tornaram-se mais complicadas, quando perceberam que todas as informações dadas, iam tendo consequências nas pessoas a que se referiam. Quiseram afastar-se, mas devido à quantidade de informação que possuíam, foi-lhes impossível abandonar a tarefa sem mais nem menos. Sabiam demais, por isso, esconderam-nos naqueles malditos túneis.
Perguntei-me como é que alguém decide aceitar um trabalho deste género, seriam algum tipo de detectives ou investigadores privados, ou será que são daqueles agentes da polícia secreta, que são afastados das suas funções, por razões desconhecidas?
Parece que as minhas suspeitas eram muito mais virtuosas, do que a verdade em si. Tanto um como o outro eram ladrões. Não uns ladrões quaisquer, conheceram-se durante um assalto a um banco. De uma forma bastante estranha, estavam os dois, no mesmo estão momento a tentar assaltar o mesmo banco. Para nenhum sair a perder, decidiram trabalhar em conjunto. O que acabou por ser um sucesso, transformou-se num casamento e num par de vigaristas profissionais, capaz de enganar o mais profissional dos sistemas de segurança.
Há medida que contavam a sua história, conseguia ver o entusiasmo que os inundava, percebia-se o orgulho que tinham e como se sentiam os melhores do mundo (a nível criminal, claro…). O entusiasmo era tal, que até eu comecei a ficar entusiasmada com a história, e por momentos pareceu-me algo espantoso, como se estivesse a ver um número de circo.Mas, rapidamente voltei à realidade, eram criminosos e mereciam ser punidos. 
Uma vez que eram tão bons naquilo que faziam, como é que acabaram a numa casa mais velha do que a minha avó, e a espiar um bairro onde nada se passa?

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