Ao contrário
do que pensava, já sabia que direcção tomar e também não estava sozinha.
Antes de avançar,
perguntei-me se seguir gritos desconhecidos, estando eu bastante longe da luz
do dia, seria o mais aconselhável. Acho que não haveria outro caminho a tomar,
apesar de existirem vários… Foi o único túnel que demonstrou algum sinal de
presença de vida, mesmo que isso me pudesse tirar a minha.
Finalmente
dei o primeiro passo em frente, em direcção ao local, que parecia ser a origem do barulho.
Aquele lugar tornava-se cada vez mais esquisito, mesmo que já me estivesse a
habitual a ele.
Após
caminhar um pouco, começou a surgir um caminho de pedra. Como se alguém se
tivesse lembrado de embelezar o local (sim, porque construir os próprios
túneis, já não era suficientemente estranho), o que duvido que tivesse alguma
utilidade, uma vez que não deveria ser habitual ter visitas.
Mas, se
mantêm este sítio escondido, das duas, uma, ou é um local de tortura, ou há
algo de muito valioso aqui escondido.
O túnel
parecia nunca mais ter fim! E para piorar a situação, nunca mais ouvi a voz que
me guiou até ali. Estava a ficar cada vez mais escuro, à medida que a luz, do
candeeiro a petróleo, ia perdendo intensidade. Ao contrário da luminosidade, o
frio era cada vez maior e o ar tornava-se mais pesado.
Com a pouca
luz que existia acabei por tropeçar. Não percebia a razão, para existir alguma
espécie de ramo ou tronco, ou outra coisa parecida ali perdida. Quando me
tentei levantar, percebi que não tinha tropeçado num tronco, nem muito menos
num ramo, o que ali estava era uma perna. Antes que pudesse entrar em pânico, reconheci
a pessoa que ali estava. Era o senhor Dylan, e quando me recompus, vi que também ali estava a senhora Bridgit! Estavam amordaçados
e atados com cordas, e conseguiam ver-me!