A única
forma de resolver o problema seria regressar ao local onde tudo aparentava ter
começado.
Por isso,
fiz o mesmo caminho, mas desta vez no sentido contrário. Ainda me lembro do
entusiasmo que me inundava da primeira vez que visitei a casa. Desta vez, era o
desespero que me controlava, tinha agora o que parecia a minha única
oportunidade de reverter a situação em que me encontrava.
Quando
acabei de percorrer o famoso jardim, não tive de bater à porta, desta vez
encontrava-se aberta. Só podia ser um sinal de que estavam à minha espera, que
sabiam o que me tinha acontecido e que muito provavelmente tinham culpa no
cartório.
Entrei no
salão, que continuava com o mesmo aspeto pouco asseado de sempre. Chamei pelos
donos, mas não obtive nenhuma resposta. Tive medo que até eles não me conseguissem
ouvir. Comecei a subir as largas escadas que davam para o segundo andar. Por
mais irónico que possa parecer, estava a fazer exatamente o que desejara há
semanas, só que agora era a última coisa que me apetecia fazer.
Como não
encontrava ninguém nos corredores, abri uma das muitas portas que existiam
naquele piso. Entrei num quarto, no meio estava uma cama enorme em tons de
vermelho, em estilo dossel, com uma colcha de cetim, um pouco usada. O chão
estava coberto por azulejos, e no centro estava desenhado o mesmo lagarto, que
se encontrava lá fora na fonte do jardim.
Quando me
aproximei reparei que os olhos do lagarto tinham algo de estranho, era como se
fosse uma alavanca giratória!
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