sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Visita aos novos vizinhos

Quando alguém decidiu abrir a porta, reparei que era a mulher que tinha visto sair do carro no dia anterior. Desta vez, trazia o longo cabelo avermelhado apanhado. Assim que o meu pai se apresentou, convidou-nos imediatamente a entrar, perguntando de seguida se gostaríamos de tomar alguma coisa, apesar de não ter nada mais do que água da torneira e leite que tinha comprado nessa manhã.
Nunca tinha visto uma casa com um tecto tão alto, que acompanhava a longa escadaria com carpete castanha, provavelmente devido ao tempo sem ser lavada. Pendia do tecto um candelabro, que para além de aparentar falta de limpeza, pois o que não lhe faltava era pó e teias de aranha, de certeza que era bastante valioso. As paredes eram maioritariamente cobertas de papel de parede, quer dizer, o que restava delas… O chão era o que se encontrava em melhor estado, mas isso, era porque foi fabricado a partir de um tipo de madeira muito boa, como o pai me explicou depois.
Ao contrário da primeira impressão que tive, a senhora Bridget, pareceu-me uma mulher bastante amigável e não uma nariz empinado. Mas, é claro que não me ia deixar convencer assim tão facilmente, apesar de os biscoitos que ela me ofereceu serem bastante bons. Não posso cair nesse esquema!
Torna-se um pouco estranho, que em primeiro lugar, alguém tenha comprado uma casa naquelas condições, e que depois não haja nenhum homem a arranjar aquelas paredes ou a limpar o jardim. Parece que compraram aquela casa, porque gostaram do ambiente desgastado.
Quando estávamos a ir embora, ouviu-se um estrondo enorme, como se um elefante se tivesse acabado de sentar. E, de seguida, aparece o marido da senhora Bridget vindo do que parecia ser a cave.
Ao ver-nos ficou sem saber o que fazer. O ar atrapalhado, juntamente com o pouco cabelo despenteado, faziam dele um péssimo mentiroso. Disse-nos que andava a montar uns móveis e que estes, tinham acabado de cair. Seria uma desculpa plausível, mas poucas devem ser as pessoas que montam móveis na cave… O melhor, foi quando o meu pai lhe ofereceu ajuda, mudou tão rapidamente de assunto que, não se percebia metade do que dizia.

Assim, decidimos voltar para casa, até porque a minha alergia aos ácaros estava a tornar-se bastante intensa, o que não era de admirar.

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