quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

A porta fechou-se...

Enquanto me encontrava no meu quarto a pensar nos meus próximos passos, ouvia a porta da rua a fechar-se. Pensei que tivesse sido eu a deixá-la aberta, uma vez que que tinha chegado com tanta pressa. Mas, depois lembrei-me, e bastante claramente, que tinha batido com a porta à chegada.
Nestas últimas semanas, o meu irmão tem passado as tardes numa espécie de ocupação de tempos livres. Não percebo o que ele vê naquilo, fica o dia todo a cantar canções infantis e a pintar os mesmos desenhos, dias a fio. Deve ser uma necessidade de integração, uma vez que todos os miúdos do bairro vão para lá, ou ou  porque não sobra ninguém que fique em casa à tarde, uma vez que todos os miúdos passam todas as suas tardes naquele local e não sobra miúdo para brincar.
Sabendo disto, como é que a porta se teria aberto sozinha? Por momentos pensei que pudesse ser o pai, que tivesse regressado e que me iria dar uma explicação plausível para a sua saída de casa, e que tudo o que passou deixaria de ser uma incógnita.
Quando fui até às escadas ver quem era… Vi que era a mãe! Tinha regressado do congresso! O que não deixava de ser bom, ao menos sabia que ainda tinha mãe…
Desci as escadas o mais rápido que pude. Cheguei ao pé dela e comecei a contar tudo o que se tinha passado, sobre como o pai tinha saído com umas malas de manhã e ainda não tinha voltado, fazia dois dias.

Estava à espera de uma reação desesperada, que a mãe desatasse a ligar para todos os números de emergência, hospitais e conhecidos. Mas, em vez disso, mudou de assunto, como se não tivesse ouvido a gravidade da situação que eu lhe acabara de contar.

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