terça-feira, 17 de dezembro de 2013

As aulas terminaram! E espera-me um verão muito, muito longo….

As aulas tinham finalmente terminado! Sei que não fica muito bem abordar o assunto desta forma, porque a “escola é muito importante, constitui o elemento mais importante para a tua formação...”, este é a lengalenga que estou habituada a ouvir da mãe. E é claro que eu compreendo a importância mas, com este tempo quente que transforma as ruas num verdadeiro deserto, a coisa mais inteligente a fazer é, sem qualquer dúvida, ficar o dia todo em casa com o ar condicionado no máximo. Para além disso, este foi o meu último ano no secundário, posso finalmente considerar que sou uma verdadeira adulta, ou como a minha mãe lhe gosta de chamar: “adulta inconsciente”. 
A minha mãe aparenta ser bastante autoritária e pouco flexível, mas posso orgulhar-me de dizer que com um pouco de perspicácia lhe dou a volta. Tem cabelos longos e ondulados, que me fazem lembrar as sereias dos livros das histórias para adormecer. O que me fascina verdadeiramente na sua figura, são os cabelos negros, que apresentam um tom azulado com o luar, nunca entendi esta situação e posso afirmar que não está relacionado com uma má coloração pois, aos seus quarenta e cinco anos não tem um único cabelo branco.
Posso dizer que a sua peça de roupa favorita são vestidos, nunca na minha vida, pelo menos que me lembre, a vi a usar uma t-shirt e umas calças de ganga. É claro que este facto tem uma explicação e eu penso ter descoberto a razão, após uma larga análise psicológica. Como era a filha mais nova de quatro irmãos todos rapazes, a roupa que deixava de servir dos irmãos era a que ela vestia que, muito provavelmente, não incluía vestidos ou saias! Tenho a certeza que é esta a razão, visto que, assisti o meu irmão mais novo a sofrer do mesmo mal: quando era pequeno, andava a maior parte do tempo vestido de cor-de-rosa, com babetes cor-de-rosa e a passear num carrinho todo trabalhado no detalhe, que incluía rendinhas cor-de-rosa. Lembro-me de na altura ficar surpreendida por os meus pais se sentirem ofendidos por as pessoas acharem que ele era uma menina, pois, segundo eles, de certeza que nenhuma criança se parecia mais com um homenzinho que o menino deles.

Já estava em casa há cerca de três semanas e todos os meus planos foram por água abaixo … O ar condicionado avariou e a única coisa que sobrou para refrescar este ar sufocante foi uma ventoinha de bolso, que tenho constantemente de dividir com o meu irmão. 

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