Depois da pasmaceira que tem sido este verão, finalmente
aconteceu algo de novo! Não que seja algo extremamente emocionante, que me faça
passar a noite em branco, mas tendo em conta os últimos acontecimentos (ou
seja, nenhuns!), é o melhor que arranjei para dar mais entusiasmo à minha vida.
Ontem, fui passear o Izzy. Há algum tempo que ele não saia
de casa, andava um pouco abatido por causa do calor extremo, na realidade estamos
todos neste estado de espírito.
O cão da família já tem alguma idade, não sei bem quantos
anos terá, porque os meus pais encontraram-no na rua ainda antes de eu nascer,
e decidiram adoptá-lo. Apesar de ter um andar lento, tem sempre um ar superior,
como se nada o afectasse, nem mesmo o peso da idade.
Uma vez, a porta para o jardim ficou aberta e perdemos o
Izzy. O que fez com que o encontrássemos foram: os seus olhos, um de cada cor,
um azul e outro verde, e as suas patas, as patas do lado esquerdo castanhas e
as patas do lado direito brancas. Características que o distinguiam bem de todos
os outros cães, e que fez com que uma senhora que morava a dois quarteirões da
minha casa o devolvesse, depois de o ter encontrado no seu jardim a dormir.
Ontem, depois do passeio com Izzy, reparei na carrinha de
mudanças que chegara à casa ao lado. Fiquei
surpreendida por alguém comprar a casa e ainda mais surpreendida por aceitarem
mudar-se para lá. A casa está claramente a precisar de umas largas obras,
seguidas de um tratamento a fundo do jardim. Uma vez, ouvi uma conversa entre
os avós e eles diziam que a casa estava assombrada, e por isso, ninguém a queria
comprar. Mas, é claro que essa história não me convenceu, o mais provável é ter
sido inventada por algum agente imobiliário da concorrência.
Seguida da carrinha das mudanças, chegou um carro que
aparentava ser o dos meus novos vizinhos. Primeiro, saiu um homem com pouco
cabelo, mas o cabelo que tinha era negro. Vestia-se com roupas um pouco pequenas,
para o seu corpo avantajado, mas, em compensação, era um fato que parecia ser
bastante caro.
Este homem, saiu a correr do carro e foi abrir a outra
porta, de onde saiu uma mulher esguia, de nariz pontiagudo e empinado, com
cabelo cor de fogo. Usava um vestido cinzento, tão comprido que impedia que lhe
visse os sapatos.
Na minha opinião, faziam um casal engraçado, uma vez que
eram exactamente o oposto um do outro. Mas, só podiam ter alguma coisa de
errado, para comprarem uma casa daquelas…
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